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Utopia Original
 

Através do fragmento de imagens históricas e uma pesquisa extensa sobre manifestações populares,a ditadura militar e o processo de anistia no Brasil, o artista cria uma série de imagens ficcionais apoiadas em uma base histórica imagética. Questionando o conceito e a origem da Utopia Brasileira o artista se debruça em uma pesquisa documental utilizando técnicas de documentação para criar uma imagem documental-ficcional debatendo temas contemporâneos e questionando a forma como contamos e documentamos a história. O debate sobre a História oficial e a forma como “contamos essa história” ou como forjamos a história de um país é uma questão central no Trabalho de Hal Wildson. O artista cria imagens que nunca existiram através de fragmentos daquilo que já aconteceu, a utilização da máquina de escrever e dos carimbos para construir essas imagens reforçam a ideia de “documentos históricos” sendo escrito e reescritos para reinvindicar o poder das narrativas.  

Na obra que inaugura a série : Utopia original, o artista propõe uma visão crítica sobre a ideia de um país que vive na mitologia do “país do futuro” mas que se esquece de tratar questões e problemas do passado. Utilizando técnicas de arquivamento e documentação escrita ( xerox, carimbo e máquina de escrever) o artista cria 384 documentos que juntos formam a imagem. As partes são criadas sobre xerox de partes do livro “O povo Brasileiro” Darcy ribeiro, buscando refletir sobre nossa visão como povo e sobre como a ideia de futuro parece sempre inalcançável.  Através do conceito de Utopia, sua etimologia (Lugar nenhum) e a ideia de um país em construção o artista se apropria de diversas imagens históricas de manifestações populares no Brasil e cria uma nova imagem, uma Utopia Reinventada a partir de lutas sociais e protestos públicos.

 

A Obra  foi selecionada pelos CORREIOS para a emissão do Selo Postal Comemorativo: Bicentenário da Independência - Movimentos Populares.

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Sobre Reescrever e Escrever Brasis possíveis
 

Através do fragmento de imagens históricas de diferentes décadas eu crio uma imagem ficcional apoiada em uma base fragmentada da realidade. Questionando o conceito e a origem da Utopia Brasileira me debruço em pesquisa documental utilizando técnicas de documentação para criar uma imagem documental-ficcional debatendo temas contemporâneos e questionando a forma como contamos e registramos a história. De que forma os símbolos e os documentos oficiais são capazes de forjar uma nação? E de que forma uma nação é capaz de forjar quem somos? Como a Literatura e como o Oficial podem determinar essas relações de ficção e realidade determinantes na construção da nossa sociedade?"Trecho de Diário criativo do Artista. 

 

Retrato de Dimas

Nos últimos anos o tema da Ditadura Militar é alvo de uma disputa de narrativas apoiado pelo negacionismo e o revisionismo histórico no Brasil. A anistia deixou um legado de esquecimento que colabora para a persistência de uma memória "gloriosa"dos tempos  violentos e terríveis que o Brasil viveu por 21 anos.  Dimas Antônio Casemiro  foi morto sob tortura em 1971, tendo as forças do DOPS-SP alegado que ele havia morrido durante tiroteio. Hal Wildson criou o retrato de Dimas como uma espécie de "carta de despedida"que nunca pode ser escrita, com as letras embaralhada e as palavras perdidas. 

O tema da história escrita e da sua "re-escrita"histórica é o que da base a essa produção e a pesquisa "Utopia original". Como lidar com as marcas deixas pelo processo violento da Anistia?  Como se curar da dor deixada pelo esquecimento? 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Da série Utopia Original, detalhe: Obra "A Marcha Reflorestar", 2023/2024 (Datilografia e Carimbo sobre Livro :Utopia Selvagem, Darcy Ribeiro)

 

Reescrever a Memória
 

Temos aqui duas instâncias. A do ser formado dentro de uma etnia, sempre irredutível por sua própria natureza, que amarga o destino do exilado, do desterrado, forçado a sobreviver no que sabia ser uma comunidade de estranhos, estrangeiro ele a ela, sozinho ele mesmo. A outra, do ser igualmente desgarrado, como cria da terra, que não cabia, porém, nas entidades étnicas aqui constituídas, repelido por elas como um estranho, vivendo à procura de sua identidade”... 

(Darcy Ribeiro)

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